domingo, 15 de julho de 2007

Questões ambientais e económicas dominaram Debate público sobre o IP2

A maioria quase absoluta das intervenções no debate público sobre o traçado do IP2 contestou o traçado proposto pelas Estradas de Portugal, por este não defender os verdadeiros interesses de Estremoz.

Questões ambientais, económicas e de ordem legal, como, por exemplo, o facto do estudo de impacto ambiental só contemplar uma alternativa, foram os temas mais discutidos.

A classificação de “interesse público” do olival milenar de São Brissos em tempo recorde pela Direcção Geral das Florestas e a proposta de um traçado pela Estradas de Portugal (EP) contornando esse mesmo olival, pondo-o em causa de forma definitiva, foi também referido como um estranho exemplo da forma contraditória como o Estado actua, pondo neste caso em causa os interesses ambientais e patrimoniais de Estremoz.

Uma sala cheia, um debate animado

O debate teve lugar no Pólo da Universidade no dia 13 de Julho, reunindo mais de cinquenta pessoas, e abriu com a intervenção do Presidente da Câmara, José Alberto Fateixa, convidado pela São Brissos – Cidadãos pelo Ambiente e Desenvolvimento de Estremoz, associação que está em constituição e que fez da discussão pública sobre o traçado do IP2 a sua primeira iniciativa.

Recorde-se que o traçado recebeu recentemente um parecer negativo da Comissão de Avaliação do Estudo de Impacto Ambiental e aguarda agora a avaliação do Ministro do Ambiente que pode confirmar ou não este ‘chumbo’.

Presidente da Câmara defende a necessidade urgente da variante

José Alberto Fateixa começou por historiar um processo que “se arrasta há mais de vinte anos e que tem de ser concluído o mais rapidamente possível”. Não se pronunciando abertamente se prefere o IP2 a nascente ou a poente da cidade (onde passa o traçado em discussão), o autarca prefere esperar pela decisão do Ministro de Ambiente. No entanto, José Alberto Fateixa reconheceu algumas situações preocupantes em termos ambientais do traçado, sobretudo na sua parte final.

Depois da intervenção do Presidente da Câmara falou Carlos Sarmento Matos, um dos promotores da São Brissos, que explicou o porquê da criação desta associação, a razão do seu nome e quais a razões que levam os seus promotores a contestar abertamente o traçado proposto pela EP.

Carlos Costa, também promotor da associação e Presidente da GEOTA, mostrou as vantagens de uma alternativa a nascente, explicando de forma clara as enormes vantagens ambientais, económicas e sociais dessa localização, face à única solução proposta.

Entre as entidades convidadas a Quercus fez-se representar por Nuno Sequeira que realçou a importância de obras públicas como esta procurarem servir os interesses da população, minimizando os impactos ambientais.

Críticas ao traçado não foram contestadas

Em linhas gerais, as críticas ao traçado proposto centraram-se no facto de assim se afastarem os automobilistas de Estremoz, em comparação com a solução a nascente que proporciona uma relação muito mais íntima com a cidade. Além disso, a destruição da zona mais agrícola dos arredores da cidade, com especial incidência na vinha e no montado (espécie protegida por lei) e a ameaça de destruição de uma das zonas arbóreas mais importantes do Distrito de Évora, o olival milenar no cerro de São Brissos, foram também pontos referidos.

Seguiu-se depois um debate onde se concluiu pela necessidade de estudar alternativas, de forma a que a obra seja, de facto, uma mais valia para a economia local.

2 comentários:

Manuel de Sousa disse...

Lamentável a posição do PS local, alertando para as "movimentações" que querem entravar o desenvolvimento de Estremoz.

Lamentável também o facto de não terem ido ao debate para, de viva voz, contestar estas "forças de bloqueio"

Esperemos que aqueles que estiveram presentes no debate tenham entendido a mensagem dos promotores da associação: tudo pode e deve ser discutido para tirar Estremoz do marasmo!

Unknown disse...

Bom Dia,

Escrevo em nome do Centro de Ciência Viva de Estremoz.
Já por várias vezes, procurámos chegar até vós, mas nada mais encontrámos para além do endereço de Blogger.

Assim sendo vimos por este meio, solicitar contacto urgente para o 268 334 285; através do endereço de e-mail scampos@estremoz.pt ou que passem directamente nas nossas instalações no Convento das Maltezas em Estremoz.

Obrigado e fico a aguardar resposta e/ou contacto o quanto antes.